Transformando ideias em prosperidade

O Brasil apresenta uma diversidade cultural riquíssima. Basta observarmos a variedade de museus e manifestações culturais presentes de norte a sul do país. Este é um tesouro que poucos países têm e que deveria ser valorizado pelos brasileiros. Acreditar na Economia Criativa e na Cultura como meio para geração de trabalho, renda, desenvolvimento econômico e social é um ponto que merece atenção.

No Seminário de Capacitação realizado pelo Ministério da Cultura, no final de julho de 2018, em São Paulo, o então ministro Sergio Sá Leitão divulgou informações que traduzem bem esta realidade. As atividades culturais criativas já correspondem a 2,64% do PIB brasileiro, geram 1 milhão de empregos diretos e apresentam um cenário empresarial de 200 mil empresas e instituições. As expectativas de crescimento também são positivas, de 4.6% ao ano, ou seja, segmento que mesmo num período de crise, encontra-se em expansão.

Num pais em que, segundo pesquisas do IBGE, 67% dos desempregados* têm entre 18 e 39 anos, não podemos deixar estes indicadores passarem despercebidos. É momento de se vislumbrar e, acreditar, em um novo olhar sob o trabalho e o emprego. Torna-se oportuno buscar modelos inovadores em outras áreas, além das convencionais.

Curiosamente, observando a ficha técnica de uma peça de teatro de pequeno porte, ela descrevia o envolvimento direto de 15 pessoas na sua produção. Além das diretas, temos que considerar as envolvidas indiretamente. Ampliando esta análise para um contexto maior, um estudo realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) encomendado e divulgado pelo Ministério da Cultura, aponta que a 16ª edição da FLIP – Festa Literária Internacional de Paraty – teve impacto econômico de R$ 46,9 milhões, gerou 1.349 empregos (entre diretos e indiretos) e atraiu, durante a semana do evento, mais de 26.000 pessoas, entre brasileiros e turistas estrangeiros. Estes são apenas exemplos que ilustram o potencial de impacto e de ampliação das relações com a comunidade por meio da realização de eventos, festivais e outras ações culturais.

Desta forma, o design, a arquitetura, as artes visuais, a moda, o cinema, as atividades audiovisuais e a literatura são veículos para transformar criatividade em resultados. Alternativas para promoção do empreendedorismo, da capacitação e desenvolvimento profissional e do engajamento de pessoas em atividades produtivas.

Precisamos considerar ideias e capacidade de criação como “ativos” valiosos. Valorizar o potencial que as pessoas têm de empreenderem suas próprias ideias e que isto seja também importante para outras pessoas.

É neste novo contexto que temos como propósito incentivar pessoas a transformarem ideias em prosperidade. Que este movimento seja efetivamente capaz de transformar realidades e de movimentar a economia do país.

 

* Pesquisa do 2º trimestre de 2018 realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que há no país 13 milhões de desempregados.

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